O Perdão: Um Ato Necessário de Autodefesa Espiritual

“Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete.” (Mateus 18:21-22)

Hoje, quero mergulhar com você neste tema que, com toda certeza, atinge a todos nós em algum momento de nossa jornada: o perdão.

Em nossos relacionamentos mais íntimos com filhos, cônjuge, pais e também nos sociais com patrões, empregados, amigos e, sim, até mesmo com nossos irmãos na igreja, conflitos e feridas são inevitáveis.

Somos falhos, imperfeitos, fracos, e muitas vezes, indecisos em nossas convicções. Somos afetados por problemas da vida, estresse, ansiedade e dores que carregamos. Por tudo isso, ferimos as pessoas e elas também a nós, às vezes conscientemente, outras vezes sem percebermos.

Há momentos em que você sequer percebeu que feriu alguém, mas sente a pessoa agindo diferente, com um distanciamento inexplicável.

Sabemos, contudo, que perdoar não é nada fácil, especialmente em alguns casos onde a ofensa é profunda, a traição é cruel ou a dor é avassaladora. Mas é justamente nesses momentos de dificuldade que a Palavra de Deus nos chama a um nível mais elevado de fé e obediência.


O Que É e O Que Não É o Perdão: Uma Decisão Libertadora

Para compreendermos o perdão em sua essência bíblica, precisamos desmistificar algumas ideias equivocadas:

  • O perdão não é esquecer a ofensa: A memória da dor pode permanecer, e, sinceramente, mesmo que você esquecesse, o perdão não teria sido praticado pela sua decisão, mas pela falha da sua memória.
  • O perdão também não é um sentimento: Se fosse, estaríamos à mercê de nossas emoções volúveis. Você pode não sentir vontade de perdoar, mas ainda assim decidir perdoar.

Perdão é você não ficar mais incomodado com a ofensa praticada por outro, porque você DECIDIU perdoar. É um ato da sua vontade. Logo, o perdão é uma decisão que você tomou para liberar o outro da ofensa e, principalmente, liberar a si mesmo do fardo do ressentimento.

Como disse Lewis Smedes de forma tão perspicaz: “Perdoar é libertar um prisioneiro e descobrir que o prisioneiro era você.”

Deixe-me ilustrar essa verdade com uma história que nos fará refletir profundamente:

Uma professora, com a sabedoria que vem da experiência, resolveu ensinar seus alunos sobre o perdão de uma maneira prática. Ela trouxe para a sala de aula um saco enorme de batatas.

Distribuiu batatas aos alunos e pediu para que cada um colocasse em uma batata o nome de uma pessoa a quem eles não queriam perdoar. O desafio era levar essas batatas para onde eles fossem: deveriam dormir com elas, ir ao mercado com elas, passear com elas, ir para a faculdade com elas.

Com o tempo, o que aconteceu? Eles perceberam que aquele saco de batatas era extremamente incômodo, primeiramente pelo peso, e depois pelo cheiro, pois as batatas apodreceram.

Semelhantemente, é exatamente isso que ocorre conosco quando insistimos em carregar o peso da mágoa em nossa alma. A nossa saúde mental, emocional e espiritual é profundamente afetada por esse mal que invadiu nosso peito.

Alguém que carrega mágoa no coração, carrega também aquela pessoa, por quem nutre essa mágoa, para onde quer que for. Vai dormir, e ela faz parte de seus pesadelos; vai fazer um passeio, e ela vai junto; senta-se para tomar café, e a pessoa senta do lado dela.

É impossível estar saudável e desfrutar da plenitude da vida sem o exercício constante do perdão. Talvez tenhamos em nossa casa pessoas doentes por falta de perdão, em nossa parentela e, sim, até mesmo na igreja.

O perdão é extremamente necessário para a nossa vida e para a vida em comunidade. A falta de perdão adoece a alma, o espírito e, sim, também o corpo físico.


O Perdão e a Sua Saúde: Dados de uma Pesquisa Científica

A ligação entre o perdão e a saúde não é apenas uma verdade bíblica, mas também um fato cada vez mais reconhecido pela ciência. A Sociedade de Cardiologia de São Paulo, uma instituição especializada em saúde do coração, realizou uma pesquisa para investigar a relação entre o perdão e o risco de infarto.

Quem participou da pesquisa? Foram dois grupos, com 65 pessoas em cada:

  • 65 pacientes que nunca tiveram doenças do coração.
  • 65 pacientes que já sofreram um infarto.

O que foi estudado? A pesquisa analisou como o perdão está relacionado à saúde do coração, principalmente em dois tipos de situações emocionais que geram grande estresse:

  • Quebra de confiança (ex: traição, mentira, engano)
  • Rejeição ou desprezo (ex: ser ignorado ou tratado com indiferença)

Resultados – Quebra de confiança:

  • Entre os que infartaram, 65% não estavam dispostos a perdoar.
  • Já entre os que nunca infartaram, só 35% não perdoariam.
    • Conclusão: Quem infartou tende a guardar mais mágoa em situações de quebra de confiança.

Resultados – Rejeição/desprezo:

  • Entre os que infartaram, 54% disseram que perdoariam.
  • Entre os que nunca infartaram, esse número foi maior: 72% perdoariam.
    • Conclusão: Quem nunca teve infarto parece ter mais facilidade para perdoar em situações de rejeição.

✅ Conclusão Geral da Pesquisa: A pesquisa sugere fortemente que guardar mágoas e não perdoar pode estar relacionado a um maior risco de infarto. Isso demonstra, de forma tangível, como questões emocionais profundas, como o rancor e o ressentimento, podem afetar diretamente a saúde do nosso coração físico.

O que a Bíblia ensina sobre o espírito, a ciência começa a comprovar no corpo.


Por Que Temos Que Perdoar? Motivos Inegociáveis da Fé Cristã

Apesar de tudo que já falamos sobre o peso e os malefícios da mágoa, a pergunta fundamental permanece: Por que, então, temos que perdoar? A Palavra de Deus nos dá razões inegociáveis:

1) Porque Deus Mandou.

Efésios 4:32: “Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo.”

Quem é cristão é imitador de Cristo. Se Ele, em Sua perfeição, nos perdoou uma dívida impagável, nós, como Seus seguidores, devemos também perdoar. É um mandamento, não uma sugestão.

2) Quem Não Perdoa Não É Perdoado por Deus.

Mateus 6:14-15 (NVI): “Pois, se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas.

Esta é uma verdade dura, mas clara. O perdão que recebemos de Deus está intrinsecamente ligado à nossa disposição de perdoar os outros. Se você não perdoa, é tempo perdido pedir perdão a Deus, pois a sua atitude de intransigência com o próximo impede que a graça de Deus flua sobre você nesse aspecto.

3) É Parte da Sua Nova Natureza em Cristo.

Colossenses 3:13 (NVI): Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou.

Quando nos tornamos novas criaturas em Cristo, somos inseridos na família de Deus. A prática do perdão não é opcional; faz parte da nossa nova identidade em Cristo. E como o Senhor nos perdoou? De forma definitiva, completa e não se lembrando mais dos nossos pecados (Hebreus 8:12: “Pois perdoarei as suas iniquidades e dos seus pecados jamais me lembrarei.”). Da mesma forma devemos fazer com aqueles a quem perdoamos.

4) Para Não Ter Suas Orações Ignoradas.

Provérbios 28:9: “O que desvia os ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável.” (Abominável = detestável, odioso, ou que provoca repulsa).

Isaías 59:1-2: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.”

A falta de perdão cria uma barreira entre você e Deus. Lembremo-nos da instrução de Jesus sobre a oferta em Mateus 5:23-24: “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta.”

Deus primeiro analisa o ofertante e depois a oferta. Foi o que aconteceu com Caim, que estava cheio de ira e inveja em seu coração, e por isso teve sua oferta rejeitada (Gênesis 4). Assim, nem a sua oferta de louvor, nem suas orações, nem mesmo sua adoração serão plenamente aceitas se houver mágoa no coração.


O Quanto Perdoar? A Medida do Reino

perdao o quanto perdoar

Em Mateus 18:21-22, Pedro, pensando estar sendo muito generoso, pergunta: “Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?” E Jesus lhe responde: “Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete.”

Aqui, Jesus usou uma figura de linguagem chamada Hipérbole, que confere à frase um exagero intencional no significado. Ele não está estabelecendo um limite matemático de 490 vezes. Ele quer dizer que o perdão não tem limites. Você deve perdoar sempre, todas as vezes que alguém vier a você arrependido do mal que praticou.

Isso é magnificamente ilustrado na parábola do credor incompassivo (Mateus 18:23-35). Jesus conta essa parábola mostrando um cenário humanamente impossível de uma dívida de 10.000 talentos, que corresponderia a cerca de 164.000 anos de trabalho.

Em valores atuais, seria algo em torno de R$188 bilhões! Uma dívida impagável! E, no entanto, o senhor, movido de íntima compaixão, perdoa totalmente essa dívida.

O que Jesus quer dizer com isso? Ele quer nos mostrar a magnitude do perdão que recebemos d’Ele. A nossa dívida para com Deus era infinitamente maior que 10.000 talentos, e mesmo assim foi paga integralmente, totalmente, através do sacrifício de Cristo na cruz.

E Ele não vai ficar nos cobrando algo que já perdoou, como em Hebreus 8:12: “Pois perdoarei as suas iniquidades e dos seus pecados jamais me lembrarei.” Da mesma forma devemos fazer com aqueles a quem perdoamos.


O Poder Libertador do Perdão: Testemunhos e Reflexões

A história da humanidade está repleta de exemplos do poder transformador do perdão, e um dos mais notáveis é o de Eva Mozes Kor. Eva e sua irmã gêmea, Miriam, foram vítimas dos experimentos médicos cruéis do Dr. Josef Mengele no campo de concentração de Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial.

Aos dez anos de idade, elas foram separadas de sua família, que foi exterminada. Eva e Miriam foram submetidas a torturas desumanas em nome da “ciência”.

Miriam sofreu graves danos aos rins e, apesar de ter sobrevivido ao campo, faleceu décadas depois devido às complicações causadas pelos experimentos. Eva, por sua vez, dedicou grande parte de sua vida a educar as pessoas sobre o Holocausto e a promover o perdão.

Em um ato que chocou e inspirou o mundo, Eva Mozes Kor decidiu perdoar publicamente os nazistas, incluindo o próprio Dr. Mengele, por seus crimes. Ela fez isso em 1995, cinquenta anos após a libertação de Auschwitz.

Em uma cerimônia, ela assinou um documento de perdão, o que gerou controvérsia e incompreensão por parte de alguns sobreviventes, que sentiam que perdoar seria “esquecer” ou “absolver”.

O Ensinamento do Perdão de Eva: Eva explicou que seu ato de perdão não era para absolver os criminosos de suas responsabilidades, nem para esquecer o que aconteceu. Pelo contrário, ela via o perdão como um ato de autolibertação. Ela disse:

  • “Eu perdoei os nazistas, não porque eles merecessem, mas porque eu merecia ser livre da dor e do sofrimento que eles me causaram.”
  • “O perdão não apaga o passado, mas libera o futuro.”
  • “Eu descobri que o perdão é um ato de poder pessoal. É a capacidade de pegar a dor de um evento traumático e transformá-la em uma força para o bem.”

Perdoar é, de fato, ficar com o prejuízo e não mais sentir a dor paralisante disso.

Na oração do Pai Nosso, Jesus nos ensina um princípio fundamental: Mateus 6:12 – “Perdoa as nossas dívidas assim como perdoamos os nossos devedores.” Então, ao fazer essa oração, você está dizendo a Deus: “Faça comigo da mesma forma que eu faço com os que me devem.” Que responsabilidade!

Em Lucas 17:3-6, Jesus enfatiza que o perdão é ilimitado, levantando uma hipótese que é difícil de acontecer, para mostrar como devemos agir: ³ “Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. ⁴ E, se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; perdoa-lhe. ⁵ Disseram então os apóstolos ao Senhor: Acrescenta-nos a fé. ⁶ E disse o Senhor: Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: Desarraiga-te daqui, e planta-te no mar; e ela vos obedeceria.”

JÁ PENSOU, IRMÃO, QUANTAS VEZES VOCÊ JÁ PEDIU PERDÃO A DEUS? Ele, em Sua infinita graça, o perdoou todas as vezes.


Como Perdoar na Prática: Humildade, Graça e Atitude

Quando você decidi perdoar, deve ser humilde e não tentar, de alguma forma, deixar nítido que quem tem razão é você, pois isso pode gerar uma outra discussão e resultar em nada. Provérbios 15:1 nos ensina: “A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira”.

Para perdoar, nós devemos pedir orientação e a graça de Deus, pois se depender apenas de nossas forças e sentimentos, pouco ou nada acontecerá. O perdão é um ato de fé, que move montanhas de ressentimento.

Então, se você estiver decidido a perdoar, procure a pessoa, com o coração cheio de fé, crendo que essa será a vontade de Deus para a sua vida e para a restauração do seu relacionamento.

Olhe novamente o que Jesus disse aos apóstolos em Lucas 17:3-5: ³ “Tenham cuidado. Se o seu irmão pecar, repreenda-o; se ele se arrepender, perdoe-lhe. ⁴ Se pecar contra você sete vezes num dia e sete vezes vier para lhe dizer: ‘Estou arrependido’, perdoe-lhe. ⁵ Então os apóstolos disseram ao Senhor: — Aumente-nos a fé.”

A palavra “repreender” aqui não significa dar uma bronca agressiva, humilhar ou gritar com a pessoa. No grego original, o verbo usado é ἐπιτίμησον (epitímēson), que pode significar:

  • Advertir com amor
  • Corrigir com firmeza, mas com respeito
  • Chamar a atenção para um erro com o objetivo de restaurar a pessoa

✅ O sentido da repreensão aqui é:

  • Ajudar o irmão a tomar consciência do erro.
  • Dar a ele a oportunidade de se arrepender.
  • Promover a restauração do relacionamento.

Outra atitude que muitos pensam em tomar é “deixar para lá”, achando que o tempo vai curar as feridas. Não vai! O tempo pode aliviar, mas não cura as raízes da mágoa. A atitude definitiva e correta é procurar a pessoa e conversar com ela, buscando a reconciliação.

Veja o exemplo de José no Antigo Testamento. Seus irmãos tinham a consciência tão pesada que, mesmo após 22 anos, eles ainda estavam sem paz no coração por causa do erro que cometeram com o irmão. O tempo não apagou a culpa nem a dor para eles.

É constrangedor você sentar de um lado da igreja porque o irmão está sentado do outro, atravessar a rua porque aquele que te magoou está vindo em sua direção, ou se esconder no mercado porque você viu uma pessoa a quem você está devendo. O perdão liberta dessas prisões.

Como disse Bernard Meltzer: “Quando você perdoa, em nenhum momento muda o passado, mas com certeza muda o futuro.” Você quer ficar prisioneiro do passado?

Outra coisa que você não deve fazer em hipótese alguma, é tornar a ofensa pública nas suas redes sociais. Em que isso vai adiantar? Nada além de semear mais discórdia e mágoa, e desonrar a Cristo.

Mais uma coisa crucial: assim como Deus não faz acepção de pessoas para a salvação (a graça é para todos), mas o relacionamento com Ele exige busca, oração e fidelidade. O amor de Deus é incondicional, mas o perdão depende de arrependimento.

Quando você se arrepende, você abre a porta para o perdão. Então, você deve se arrepender antes de pedir perdão, tanto a Deus quanto ao seu irmão.

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O Perdão a Si Mesmo: Libertação da Culpa

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Por fim, meus irmãos, precisamos falar sobre o perdear a si mesmo. Se você tem uma culpa profunda no seu interior que te atormenta dia e noite, mesmo depois de você ter pedido perdão a Deus várias vezes, quero te dizer uma verdade libertadora: Deus já te perdoou! A obra de Cristo na cruz foi completa. Liberte-se dessa culpa, perdoe-se de uma vez por todas.

Veja o exemplo inspirador do apóstolo Paulo, o Saulo de Tarso. Sua história antes da conversão é marcada por atos terríveis:

  • Saulo estava ali, consentindo na morte de Estêvão (Atos 8:1).
  • Saulo ainda respirava ameaças de morte contra os discípulos do Senhor (Atos 9:1).
  • Ele perseguia com violência a Igreja de Deus e procurava destruí-la (Gálatas 1:13).
  • Perseguiu os seguidores deste Caminho até a morte, prendendo tanto homens quanto mulheres e lançando-os na prisão (Atos 22:4).
  • Muitas vezes os castiguei em todas as sinagogas, obrigando-os até a blasfemar (Atos 26:11).

Mas olhe o que esse homem, antes um perseguidor implacável, disse após sua conversão e um ministério frutífero, em Filipenses 3:13-14 (NVI): “Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus.”

Então, faça como Paulo! Se Deus já te perdoou e já esqueceu dos seus pecados (Hebreus 8:12), quem é você para continuar se condenando? Liberte-se da culpa do passado e avance para o propósito de Deus para sua vida!

Você está disposto a liberar o perdão e ser livre?

Conclusão: O Caminho da Libertação Pelo Perdão

Meus amados irmãos e irmãs, chegamos ao final de nossa jornada de reflexão sobre o perdão, um tema tão vital e transformador para cada vida e para a Igreja de Cristo.

Vimos que o perdão não é uma opção, mas um mandamento divino, uma decisão corajosa que nos liberta do peso esmagador da mágoa e do ressentimento.

Aprendemos que a recusa em perdoar não apenas nos adoece física e espiritualmente, mas também ergue barreiras em nossa comunhão com Deus e impede que Suas bênçãos fluam plenamente em nossa vida.

Lembrem-se da imensidão do perdão que recebemos de nosso Senhor Jesus Cristo: uma dívida impagável, totalmente quitada pelo Seu amor na cruz. Se Ele nos perdoou tanto, como podemos reter o perdão para com os outros.

A parábola do credor incompassivo e o ensinamento de “setenta vezes sete” nos desafiam a viver um perdão ilimitado, que reflete o coração do Pai.

Que a história de Eva Mozes Kor nos inspire a ver o perdão como um ato de poder pessoal e de libertação, não para absolver o ofensor, mas para curar o ofendido.

Que o exemplo de Paulo nos encoraje a perdoar a nós mesmos, abandonando as culpas que Deus já apagou e avançando para o glorioso chamado que Ele tem para cada um de nós.

Não deixe que as feridas do passado se tornem prisões no presente. Não carregue o saco de batatas podres da mágoa. Hoje, pela fé, decida perdoar – ao outro, a si mesmo, e a quem quer que precise.

Peça a graça de Deus para dar esse passo libertador, pois o perdão é o caminho para a cura, para a paz interior e para a plena manifestação do Reino de Deus em nossas vidas e em nossa comunidade. Seja um agente de cura, seja um praticante do perdão!


Perguntas Frequentes (FAQ) sobre o Perdão

1. O que significa “setenta vezes sete” em Mateus 18:22? É uma hipérbole de Jesus que significa que o perdão deve ser ilimitado, ou seja, devemos perdoar sempre que alguém se arrepender e vier buscar reconciliação. Não há limite numérico para o perdão.

2. O perdão é um sentimento ou uma decisão? O perdão é fundamentalmente uma decisão da vontade, não um sentimento. Embora sentimentos de alívio e paz possam seguir o ato de perdoar, a decisão de liberar a ofensa é o primeiro passo e o mais importante.

3. Como a falta de perdão afeta minha saúde? Pesquisas científicas, como a da Sociedade de Cardiologia de São Paulo, sugerem que guardar mágoas e ressentimentos pode estar relacionado a um maior risco de problemas de saúde, como infarto, além de afetar a saúde mental e emocional.

4. Preciso perdoar mesmo que a pessoa não se arrependa? A Bíblia nos orienta a liberar o perdão em nosso coração (para nos libertarmos da mágoa), mas a reconciliação e a restauração plena do relacionamento geralmente exigem o arrependimento da outra parte, como vemos em Lucas 17:3-4.

5. Como faço para perdoar a mim mesmo? Perdoar a si mesmo é aceitar o perdão de Deus que já foi concedido em Cristo Jesus pela sua fé. É um ato de fé e de se libertar da culpa que não te pertence mais, assim como o apóstolo Paulo fez ao “esquecer as coisas que ficaram para trás” e prosseguir.