A Questão do Dízimo Revelada: Precisa Estar Repetido Várias Vezes na Bíblia Para Ser Verdade?

O dízimo é coisa do Antigo Testamento. Jesus nunca falou sobre isso. Se fosse importante, estaria repetido várias vezes no Novo Testamento.”

Você já ouviu esses argumentos? Ou talvez você mesmo já pensou assim? Essa é uma das objeções mais comuns quando o assunto é dízimo, e ela se baseia em dois pressupostos equivocados: primeiro, que uma doutrina precisa estar repetida inúmeras vezes para ser válida; segundo, que Jesus não confirmou o dízimo para a igreja.

Hoje vamos desmontar esses dois mitos de uma vez por todas, mostrando não apenas que Jesus ratificou claramente o dízimo, mas também que a Bíblia nunca estabeleceu a “regra da repetição” como critério de verdade. Prepare-se para ter sua visão transformada pela Palavra de Deus.

O Mito da Repetição: Quando Inventamos Regras Que a Bíblia Não Criou

Antes de falarmos especificamente sobre o dízimo, precisamos destruir o argumento base que muitos usam para rejeitá-lo: a ideia de que algo precisa estar repetido múltiplas vezes na Bíblia para ter validade.

Vamos ser diretos: a Bíblia não estabelece em lugar nenhum que uma verdade precisa aparecer várias vezes para ser obrigatória. Esse critério foi inventado por pessoas que buscam uma desculpa teológica para não obedecer ao que já está claramente revelado.

Pense comigo: quando Deus fala uma vez, Ele precisa repetir para ter autoridade? Quando o Criador do universo declara algo, essa declaração perde validade se não for mencionada dez vezes?

É como um filho dizer ao pai: “Você só me pediu uma vez para fazer isso, então não vou fazer. Se fosse importante, você repetiria pelo menos cinco vezes.” Absurdo, não é? A autoridade não está na repetição, mas em quem falou.

Quando lemos em 2 Timóteo 3:16 que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino”, entendemos que cada parte da Bíblia tem autoridade divina. Uma ordem divina não precisa ser repetida dez vezes para ter peso.

Doutrinas Essenciais Mencionadas Poucas Vezes

Para provar que esse argumento não se sustenta, veja exemplos de doutrinas fundamentais do cristianismo que são mencionadas poucas vezes:

O arrebatamento da igreja

A descrição mais clara está em 1 Tessalonicenses 4:16-17. Esse evento glorioso, esperado por milhões de cristãos, é descrito explicitamente em poucos versículos. Ninguém diz: “Só aparece ali, então não vou crer.” Por quê? Porque quando Deus fala, uma vez basta.

A Santa Ceia

Jesus instituiu a Ceia na noite em que foi traído. Está nos evangelhos e em 1 Coríntios 11. Não há repetição exaustiva, mas a igreja pratica há dois mil anos porque uma palavra de Cristo é suficiente.

A oração do Pai Nosso

Jesus ensinou essa oração duas vezes (Mateus 6 e Lucas 11). Ninguém questiona sua importância baseado no número de vezes que aparece.

Percebe o padrão? A validade vem de quem falou, não da frequência.

Então, por que as pessoas só aplicam o “critério da repetição” quando querem escapar do dízimo? A resposta é incômoda: conveniência teológica.

O Dízimo no Antigo Testamento: Mais do Que Lei

Abraão entregando o dízimo a Melquisedeque

Antes de vermos o que Jesus disse, precisamos entender algo crucial: o dízimo não começou com a Lei de Moisés.

Abraão e o dízimo – antes da Lei

Em Gênesis 14:20, Abraão deu o dízimo a Melquisedeque. Isso aconteceu centenas de anos antes da Lei existir. O dízimo não era uma obrigação legal para Abraão; era um ato voluntário de fé e reconhecimento de que tudo pertence a Deus.

Jacó e o voto do dízimo

Em Gênesis 28:22, Jacó faz um voto pessoal: “De tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo.” Novamente, antes da Lei. Jacó não estava cumprindo uma regra; ele estava respondendo à graça de Deus com generosidade.

Esses exemplos destroem o argumento de que “o dízimo era só para Israel sob a Lei”. Se fosse apenas uma questão legal, Abraão e Jacó não teriam dizimado espontaneamente.

O dízimo na Lei

Sim, o dízimo foi incorporado à Lei (Levítico 27, Números 18, Deuteronômio 14). Mas note: Deus não inventou o dízimo na Lei; Ele apenas regulamentou uma prática que já existia desde os patriarcas, transformando-a em parte do sistema de adoração e sustento dos levitas.

Malaquias 3:10 – O desafio de Deus

Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.”

Este é o único lugar na Bíblia onde Deus diz: “Prove-me”. O dízimo está ligado à provisão divina e à fidelidade do povo de Deus.

Jesus ratificou o dízimo? A resposta que ninguém quer ouvir

Agora chegamos ao ponto crucial: o que Jesus disse sobre o dízimo?

Muitos afirmam categoricamente: “Jesus nunca falou sobre dízimo” ou “Jesus aboliu o dízimo”. Mas será que isso é verdade?

Mateus 23:23 – A confirmação explícita de Jesus

Vamos ler com atenção total:

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.”

Pare e leia novamente. Preste atenção especial nas últimas palavras.

Jesus está repreendendo os fariseus, certo? Sim. Mas pelo que Ele os repreende? Por darem o dízimo? NÃO!

Jesus os repreende por serem hipócritas que cumpriam meticulosamente a matemática do dízimo (calculando até ervas minúsculas) enquanto negligenciavam a justiça, a misericórdia e a fé. O problema não era o dízimo; era o coração distorcido com que o praticavam.

E então vem a parte que muitos ignoram propositalmente: “devíeis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas”.

Vamos dissecar essa frase palavra por palavra:

  • “Devíeis fazer estas coisas” = Vocês deveriam praticar a justiça, a misericórdia e a fé
  • “E não omitir aquelas” = E não deixar de fazer AQUELAS — ou seja, o dízimo

Jesus não disse: “Parem de dizimar, isso é irrelevante agora.” Jesus não disse: “O dízimo é coisa do passado.” Jesus disse: “Façam as coisas importantes E não deixem de dizimar”.

Essa é uma ratificação explícita. Jesus confirmou a validade do dízimo enquanto corrigiu a motivação errada dos fariseus.

Lucas 11:42 – A mesma confirmação

Lucas registra Jesus dizendo algo muito semelhante:

“Mas ai de vós, fariseus, que dizimais a hortelã, e a arruda, e toda a hortaliça, e desprezais o juízo e o amor de Deus! Importava fazer estas coisas e não deixar as outras.”

Novamente: “importava fazer estas coisas e não deixar as outras”. Jesus está dizendo que TANTO a justiça e o amor de Deus QUANTO o dízimo são importantes. Um não anula o outro.

“Mas Jesus Só Falou Duas Vezes Sobre Dízimo!”

Jesus falando ao fariseus - A Questão do Dízimo Revelada: Precisa Estar Repetido Várias Vezes

E aqui voltamos ao argumento inicial: “Jesus só mencionou o dízimo duas vezes, então não é importante.”

Vamos aplicar esse mesmo critério a outras coisas:

  • A oração do Pai Nosso: Jesus ensinou duas vezes. Não é importante?
  • “Amai-vos uns aos outros”: Jesus disse várias vezes, mas não centenas. Não vale?
  • A instituição da Ceia: uma vez em cada evangelho. Podemos ignorar?

A pergunta honesta que você precisa se fazer é: Quantas vezes Jesus precisa falar para você obedecer?

Se Ele falou duas vezes, confirmando e validando o dízimo em vez de aboli-lo, isso não é suficiente para você? Então o problema não está na clareza da Bíblia; está no seu coração que busca desculpas.

Uma palavra de Jesus tem peso eterno. Ele não precisa repetir cem vezes.

Hebreus 7 – O dízimo e o sacerdócio de Cristo

Existe ainda outro texto fundamental no Novo Testamento que muitos ignoram: Hebreus 7.

Este capítulo inteiro fala sobre a superioridade do sacerdócio de Cristo em relação ao sacerdócio levítico. E, no meio dessa explicação teológica profunda, o autor menciona que Abraão deu o dízimo a Melquisedeque, e que Jesus é sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque — não segundo Arão.

Pense nisso: se o dízimo fosse uma prática totalmente obsoleta e irrelevante para o Novo Testamento, por que o autor de Hebreus o mencionaria em um dos capítulos mais importantes sobre o sacerdócio de Cristo?

A resposta é clara: porque o dízimo está conectado ao sacerdócio superior de Jesus. Se Abraão (o pai da fé) deu o dízimo a Melquisedeque (tipo de Cristo), e se Jesus é nosso sumo sacerdote eterno dessa mesma ordem, o princípio do dízimo continua válido como expressão de reconhecimento da soberania de Cristo sobre nossas vidas e bens.

O Dízimo Não É Lei; É Princípio de Fé e Adoração

Aqui está uma verdade libertadora que muitos não entendem: o dízimo nunca foi primariamente sobre Lei; sempre foi sobre fé, adoração e reconhecimento.

Abraão não dizimou porque havia uma lei mandando. Ele dizimou porque reconheceu que Deus lhe dera a vitória e que tudo pertencia ao Senhor.

Jacó não dizimou por obrigação legal. Ele prometeu dizimar como resposta à graça e provisão de Deus em sua vida.

Quando a Lei incorporou o dízimo, ela apenas formalizou um princípio que já existia. E quando Jesus confirmou o dízimo em Mateus 23:23, Ele estava dizendo: “Continuem reconhecendo que tudo pertence a Deus. Continuem demonstrando sua fé através da generosidade. Só não sejam hipócritas como os fariseus.”

A Aplicação Prática: Dízimo e Ofertas Hoje

Então, como isso se aplica a nós hoje?

1. O dízimo é bíblico e foi ratificado por Jesus?

Sim. Não há como negar isso sem distorcer o texto. Jesus confirmou explicitamente a validade do dízimo em Mateus 23:23 e Lucas 11:42.

2. O dízimo é um ato de fé e adoração?

Sim. Não é imposto de renda para Deus. É reconhecimento de que Ele é o dono de tudo e que confiamos em Sua provisão.

3. O dízimo deve vir de um coração correto?

Sim. Jesus reprovou os fariseus não pelo ato de dizimar, mas pela hipocrisia de calcularem ervas enquanto oprimiam os pobres. O dízimo sem amor, justiça e fé é hipocrisia.

4. Ofertas vão além do dízimo?

Sim. O Novo Testamento enfatiza muito a generosidade voluntária (2 Coríntios 8-9). O dízimo é o mínimo; as ofertas são a resposta transbordante da graça.

5. Tudo é sobre mordomia fiel?

Sim. Seja dízimo ou oferta, a questão central é: “Sou um mordomo fiel daquilo que Deus me confiou?” Não estamos dando o nosso dinheiro a Deus; estamos devolvendo parte do dinheiro dEle.

Por que as pessoas resistem tanto ao dízimo?

Vamos ser honestos: a resistência ao dízimo raramente é teológica; geralmente é financeira e espiritual.

Teologicamente, não há como negar que:

  • O dízimo existia antes da Lei
  • Foi incorporado à Lei
  • Foi confirmado por Jesus
  • É mencionado no contexto do sacerdócio de Cristo em Hebreus

Mas espiritualmente, o dízimo toca em algo muito profundo: nossa confiança em Deus versus nosso apego ao dinheiro.

Jesus disse: “Onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mateus 6:21). O dízimo revela onde realmente está nosso coração.

Quando alguém ganha R$ 3.000 por mês e diz “não consigo dar R$ 300”, o problema não é matemático; é de fé e prioridade. A pergunta que define tudo é: “Você acredita que os seus 90% (R$ 2.700) com Deus são mais insuficientes do que os 100% (R$ 3.000) gerenciados apenas por você? Você prioriza o controle do seu próprio dinheiro ou a sua fé na capacidade de Deus de provê-lo?”

Conclusão: Jesus Confirmou, Agora Escolha Obedecer

Vamos recapitular tudo:

  1. A Bíblia nunca disse que algo precisa estar repetido muitas vezes para ser válido. Esse argumento é uma invenção conveniente.
  2. Jesus ratificou claramente o dízimo em Mateus 23:23 e Lucas 11:42, dizendo que deveríamos fazer as coisas importantes da fé “e não omitir” o dízimo.
  3. O dízimo não começou na Lei — Abraão e Jacó dizimaram voluntariamente, por fé.
  4. O dízimo está conectado ao sacerdócio de Cristo em Hebreus 7, mostrando sua relevância no Novo Testamento.
  5. Jesus corrigiu a motivação, não a prática — o problema dos fariseus era a hipocrisia, não o ato de dizimar.

A verdade é simples e inescapável: o dízimo é bíblico, foi praticado antes da Lei, foi incorporado à Lei, foi confirmado por Jesus, e continua sendo um princípio válido de fé, adoração e mordomia.

A questão agora não é teológica; é pessoal: você vai obedecer ao que Jesus confirmou?

Deus não precisa repetir dez vezes. Ele não precisa escrever em letras garrafais. Jesus falou. Isso é suficiente.

Se você é sincero em sua busca pela verdade, pare de procurar desculpas teológicas criativas para não dizimar. Reconheça que a resistência pode não ser intelectual, mas espiritual — uma batalha entre confiar em Deus ou confiar no seu dinheiro.

O dízimo foi ratificado por Jesus. A decisão de obedecer é sua.

Que o Espírito Santo nos ajude a viver não pela quantidade de vezes que Deus fala, mas pela autoridade daquilo que Ele disse. E que sejamos fiéis mordomos, não por legalismo, mas por amor, gratidão e fé no Deus que provê todas as coisas.

Lembre-se: Jesus não aboliu o dízimo. Ele o confirmou. Agora a escolha é sua.


E você? Ainda tem dúvidas sobre o que Jesus disse sobre o dízimo? Como este artigo impactou sua visão? Compartilhe suas reflexões nos comentários abaixo! E se este estudo te ajudou, compartilhe com outros que precisam entender essa verdade bíblica.

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